Um estudo feito pelo Instituto Estadual de Soro (SSI) da Dinamarca e divulgado nesta semana mostra que a combinação da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca com uma segunda dose de imunizantes de RNA mensageiro (RNAm), como os produzidos pela Pfizer/BioNTech ou Moderna – não aplicada no Brasil –, fornece “boa proteção”.
Um número crescente de países tem procurado misturar doses de diferentes vacinas contra a covid-19 devido a razões variadas. Com relação à AstraZeneca especificamente, a medida se tornou necessária após diversos casos de coágulos envolvendo o imunizante. No Brasil, o Ministério da Saúde passou a recomendar a combinação de vacinas para gestantes e puérperas que receberam a primeira dose de AstraZeneca, não recomendada a este grupo.
Órgãos reguladores, como a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e a própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além de outras autoridades do setor, já afirmaram que os benefícios superam os riscos no caso da vacina da AstraZeneca.
Na Dinamarca, o estudo de combinação de vacinas foi feito com mais de 144 mil pessoas, a maioria funcionários da linha de frente no setor de saúde e idosos. Os voluntários receberam a primeira injeção com a vacina da AstraZeneca, mas foram posteriormente vacinados com as vacinas da Pfizer/BioNTech ou Moderna.
“O estudo mostra que 14 dias após um programa de vacinação combinado, o risco de infecção com SARS-CoV-2 é reduzido em 88% em comparação com indivíduos não vacinados”, disse o Instituto Estadual de Soro, destacando que essa é uma “alta eficácia”, comparável à taxa de eficácia de 90% de duas doses da vacina da Pfizer/BioNTech, confirmada em outro estudo dinamarquês.
Publicado na semana passada, o estudo abrangeu um período de mais de cinco meses entre fevereiro e junho, período em que a variante Alfa, identificada originalmente no Reino Unido, foi predominante. Não foi possível concluir se a mesma proteção se aplica à variante Delta, já identificada em mais de cem países. Segundo a plataforma Our World in Data, a cepa já corresponde a mais de 90% dos casos.
No Brasil, a variante Delta ainda não é a dominante, mas preocupa especialistas. Identificada originalmente na Índia, a Delta é mais transmissível e tem freado planos de reabertura no exterior. No Rio Grande do Sul, primeiro caso identificado da cepa foi em Gramado.
*Estadão
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