O vice-prefeito de Queimadas, Cloudes Rios, classificou como ‘filme de terror’ o cenário de escassez de oxigênio para atendimento a pacientes com Covid-19 vivido na cidade. Ele contou que carregou cilindro nas costas.
“Hoje foi um sufoco. Estou vivendo um drama na minha vida que eu nunca vi. Eu carreguei cilindro nas costas hoje”, contou.
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“Nós estamos vivendo um filme de terror na nossa cidade. Sem oxigênio, sem estrutura, a mercê, pedindo a Deus para que as coisas aconteçam. Hoje eu tive que ir em Santaluz e em Pé de Serra. O prefeito mandou o carro para Feira de Santana, para buscar cilindros de oxigênio. Nós estamos usando hoje, em média, um cilindro a cada 1 hora e 20 minutos. Estamos gastando uma média de 15 a 20 cilindros por dia”, disse o vice-prefeito.
“A nossa situação aqui em Queimadas não é fácil, não está boa. Não estamos conseguindo regulação para a capital nem para os hospitais referência com UTI. Nós estamos com pacientes graves aqui no hospital [Municipal Dr. Edson Silva]. Estamos com mais de 20 pessoas internadas, nove precisando de transferência. Eu estava hoje empenhado na questão do cilindro, mas eu creio que o oxigênio só dê até às 10 horas de amanhã”, relatou o vice-prefeito.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o prefeito da cidade sisaleira, André Andrade (PT), alertou para a falta de oxigênio em postos de atendimento exclusivos para tratamento da doença respiratória. De acordo com ele, foi conseguido cilindros em Feira de Santana, mas ele conta que não será suficiente para atender todos os pacientes.
“Pelo amor de Deus, fiquem em casa. A situação é gravíssima. Vocês viram dois vídeos ontem, falando da chegada de oxigênio, mas aquele já se esgotou. Deveremos ter mais algumas horas de oxigênio e a possibilidade de pacientes morrerem em casa, como está acontecendo em várias partes do Brasil”, previu.
O gestor ainda cogitou a ideia de abrir um hospital de campanha em Queimadas, pois todos os leitos para tratamento da doença no Hospital Municipal Dr. Edson Silva estão ocupados.
Ele chamou atenção das para fortalecimento das medidas preventivas e a chegada de variantes do vírus. “Não usem esses dias como um final de semana normal, para ir para as barragens, para ir para farra. Não usem como feriado. Usem como um aviso”, alertou.
Valente
A situação do coronavírus também se agrava em Valente, na Região do Sisal, onde há falta de oxigênio. O diretor do Hospital José Mota Araújo, Antônio Ricardo, chamou a atenção dos moradores em um áudio divulgado pela própria prefeitura da cidade.
Segundo o médico, a situação é de preocupação pela capacidade instalada em super lotação e o provável colapso. Ao todo são sete pacientes internados, sendo que existe apenas quatro leitos para tratar a Covid-19. Ainda de acordo com o médico, a escassez de oxigênio faz com que as prefeitura recorreram as outras cidades.
O cenário do agravamento da pandemia e falta de oxigênio é o mesmo que Manaus, no Amazonas, presenciou, quando foi preciso a retirada dos pacientes para outros estados e a disputa pelo cilindro ficou acirrada. A segunda onda no Estado levou a recorde de mortes e a lotação em cemitérios se repetiu.
Ouça o áudio de Antônio Ricardo:
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