O ministro da Economia, Paulo Guedes, se desculpou pela declaração em que compara servidores públicos a parasitas, que acabou repercutindo mal entre integrantes do funcionalismo em todo o país. O ministro reafirmou que a fala foi tirada de contexto e que se referia a Estados e municípios em casos extremos, quando toda a receita vai para salários, e não para saúde, educação e segurança.
“Eu me expressei muito mal e peço desculpas, não só a meus queridos familiares e amigos, mas a todos os exemplares funcionários públicos a quem descuidadamente eu possa ter ofendido”, escreveu, em mensagem enviada a alguns jornalistas nesta segunda-feira (10).
Na sexta (7), Guedes afirmou que “o funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, além de ter estabilidade na carreira e aposentadoria generosa”.
— O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita — disse, defendendo o fim dos reajustes automáticos.
Ao comentar sua proposta, Guedes citou pesquisa Datafolha que diz que 88% dos brasileiros são a favor da demissão de servidores por mau desempenho.
— A população não quer mais isso — afirmou, recebendo muitos aplausos.
Nesta segunda, em evento na Federação das Indústrias do Rio (Firjan), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a concentração de renda muito grande na elite do funcionalismo público impede que se atenda às demandas da população. Sem citar a polêmica declaração de Guedes, ele disse, porém, ser possível convencer a população da necessidade das reformas, sem uso de termos pejorativos.
— Todos serviços públicos têm que ser tratados com muito respeito e o uso de termos pejorativos nos atrapalham no debate, mas há uma concentração de renda que a população não concorda mais — disse Maia.
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