O ditador da Nicarágua e ex-aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Daniel Ortega, ameaçou contar “várias coisinhas” sobre o mandatário brasileiro. A declaração ocorreu na 11ª Cúpula Extraordinária da Aliança Bolivariana Para os Povos da Nossa América (Alba), fundada por Hugo Chávez.
O desafeto entre os dois ganhou força quando Ortega expulsou o embaixador do Brasil da Nicarágua, Breno de Souza Brasil Dias da Costa, após ele não comparecer as celebrações pelo 45º aniversário da Revolução Sandinista, e a posterior resposta do Brasil, expulsando a embaixadora nicaraguense Fulvia Castro.
“Se você quer respeito, me respeite, Lula. Se você quer que o povo bolivariano te respeite, respeite a vitória do presidente Maduro e não se deixe levar [pelos Estados Unidos]. Não me diga que suas administrações foram extraordinárias. Foi extraordinária com o campo quando você foi presidente pela primeira vez, mas também lembre dos escândalos da [operação] Lava Jato, lembre de tudo isso. Não foi o governo mais limpo, lembre-se bem, Lula, porque eu poderei contar várias coisinhas”, disse Ortega.
O ditador ainda disse que que o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, está competindo com Lula “para ver quem será o líder que representará os ianques [Estados Unidos] na América Latina”. O ditador, inclusive, afirmou que foi esse o motivo que o fez romper com o Brasil.
Ortega chamou de vergonhosa a atuação de Lula em relação as eleições na Venezuela. O governo Lula se recusa a reconhecer a vitória de Nicolás Maduro sem a apresentação das atas eleitorais.
“A forma com que Lula se comportou diante da vitória do presidente legítimo da Venezuela é vergonhosa, repetindo as consignas dos ianques, dos europeus, dos governos influenciados da América Latina. (…) [O Brasil] Pode ser uma potência, nós somos um país pequenino, não temos a potência do Brasil, a economia do Brasil nem nada do estilo, mas temos algo que vale mais que tudo isso: dignidade, defesa da nossa soberania”, acrescentou.
Junto com Petro, no sábado (24/8), o governo Lula divulgou um comunicado exigindo dados “verificáveis” das eleições, sem condenar os ataques e ameaças de Maduro ao principal opositor Edmundo González.
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