O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, compartilhou neste domingo (28/06) um vídeo de um confronto entre manifestantes opositores e apoiadores do seu governo em que um homem elogia o “poder branco”, antes de apagar a publicação, devido a protestos.
“Obrigado ao grande povo do The Villages”, tuitou Trump sobre a filmagem. “A esquerda radical não faz nada. Os democratas cairão.”
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O vídeo, feito, aparentemente, na comunidade de aposentados The Villages, na Flórida, mostra um homem dirigindo um carrinho de golfe com as menções “Trump 2020” e “America First” e gritando repetidamente “Poder branco!”, sendo criticado por um manifestante que o chama de racista.
O presidente americano compartilhou o vídeo pouco depois das 7h30, mas, às 11h, o mesmo já não aparecia em sua conta no Twitter. Segundo a Casa Branca, o presidente não ouviu as referências ao “poder branco”.
“O presidente é um grande admirador do The Villages. Não ouviu a única declaração feita no vídeo”, disse o porta-voz da Casa Branca, Judd Deere. “O que ele observou foi um grande entusiasmo da parte de seus muitos apoiadores”.
Trump tem sido acusado reiteradamente de aumentar a tensão racial, inclusive em meio aos protestos em todo o país gerados pela morte de George Floyd por um policial, há um mês.
Em junho de 2017, ao se referir a enfrentamentos entre neonazistas e antirracistas na cidade de Charlottesville, Virgínia, o presidente disse que havia “pessoas boas dos dois lados”.
“Hoje o presidente compartilhou um vídeo de pessoas gritando ‘poder branco’ e disse que eram ‘geniais'”. Assim como fez depois de Charlottesville”, tuitou horas depois do candidato presidencial democrata, Joe Biden.
“Estamos em uma batalha pela alma da nação e o presidente escolheu um lado. Mas não se enganem: é uma batalha que venceremos”.
O Comitê Nacional Democrata afirmou que o país “precisa de um presidente que cure as feridas da nação e una o povo americano, não um demagogo que tente dividir através do medo e da intolerância”.
O vídeo da The Villages provocou reação imediata nas redes sociais e aliados de Trump foram pressionados a comentar o mesmo em programas de entrevistas nesta manhã.
O único senador negro do Partido Republicano, Tim Scott, entrevistado pelo programa “Estado da União”, da CNN, classificou as imagens de “ofensivas”.
“Acho que é indefensável. Deveríamos eliminá-lo. Isso é o que eu acho”, disse.
Na mesma emissora, o secretário de Saúde de Trump, Alex Azar, disse que não havia visto o vídeo, nem o tuíte.
“Mas obviamente, o presidente, seu governo ou eu mesmo jamais apoiaríamos a supremacia branca ou discriminações de nenhum tipo”, afirmou.
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