O vereador Sandro Fantinel (sem partido), foi indiciado pelo crime de racismo pelas declarações feitas no plenário da Câmara dos Vereadores de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, mencionando os trabalhadores baianos resgatados em Bento Gonçalves em situação análoga à escravidão. A informação foi passada pela Polícia Civil em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (13/3).
“É uma análise objetiva dos fatos. Analisamos as imagens, o que foi dito, e o fato se caracteriza como crime de racismo pelas falas que acabam discriminando pessoas em razão da procedência nacional, ou seja, do local em que são originárias”, explicou o delegado Rafael Keller, responsável pela investigação.
Segundo a polícia, a conclusão do inquérito será enviada ao Ministério Público, que decidirá se vai ou não denunciar o edil. O crime de racismo prevê pena de dois a cinco anos de prisão.
“Nós não temos dúvidas [de que houve crime de racismo]. Primeiro, pela questão de procedência nacional, quando ele fala “não vamos mais contratar essa gente da Bahia”. Depois nós vemos mensagens subliminares de racismo referente à origem e a cor quando ele fala que esse povo só sabe “tocar tambor”. Isso remete à raça negra não só pela questão do samba, pela cultura, mas também pelas religiões de matriz africana e aí também vemos racismo no que tange à religião”, disse o chefe da Polícia Civil do RS, delegado Fernando Sodré.
Fantinel usou a tribuna da câmara para afirmar que “com os baianos, que a única cultura que têm é viver na praia tocando tambor, era normal que fosse ter esse tipo de problema”. Ele ainda sugeriu que agricultores, produtores e empresas agrícolas da região para dar a preferência a “trabalhadores argentinos”, que seriam “limpos, trabalhadores, corretos”.
Siga o Jornal do Sisal no Google News e seja alertado quando uma notícia na sua região for postada. Clique aqui!
Comentários