Um relatório elaborado pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) divulgado nesta quinta-feira (26/9), revelou que o preço da gasolina no Brasil está mais alto do que no mercado internacional. Segundo os dados, o litro do combustível é, em média, R$ 0,11 mais caro, o que representa uma diferença de 4% em relação ao praticado no exterior.
De acordo com a Abicom, essa diferença ocorre em todas as regiões analisadas no país, destacando que a gasolina tipo A está operando acima ou no limite da paridade de importação. O Preço de Paridade de Importação (PPI), que mede o custo para importar o combustível, acumula uma redução de R$ 0,51 por litro desde o último reajuste feito pela Petrobras. No entanto, mesmo com essa queda, os preços nacionais continuam superiores ao patamar internacional.
O diesel também segue a mesma tendência. O combustível está, em média, 4% mais caro no Brasil do que no Golfo do México, mercado de referência para a comercialização desses produtos. Isso representa uma defasagem de R$ 0,13 por litro. No polo Aratu, na Bahia, operado pela Acelen, o diesel chega a ser 1% mais caro que o valor internacional, enquanto a gasolina apresenta um acréscimo de 4%.
Ainda segundo a Abicom, a pressão sobre os preços domésticos se deve à combinação de fatores internacionais e à taxa de câmbio. “Com a estabilidade no câmbio e a ligeira redução nos preços de referência da gasolina e do óleo diesel no mercado internacional, o cenário médio de preços está acima da paridade para ambos os combustíveis”, destacou a entidade.
Nos cinco polos da Petrobras analisados, o preço médio da gasolina era 4% superior ao internacional, o que equivale a R$ 0,10 a mais por litro, enquanto o diesel A também operava 4% acima da paridade, representando R$ 0,14 a mais por litro.
IMPACTO NO CONSUMIDOR
A diferença entre os preços nacionais e internacionais levanta preocupações sobre o impacto no bolso do consumidor brasileiro. Mesmo com a queda nos preços internacionais, a redução não tem sido repassada integralmente para os postos de combustíveis, o que pode prejudicar a competitividade interna e aumentar os custos para o consumidor final.
O relatório da Abicom também alerta para o fato de que o Preço de Paridade de Importação (PPI) continua pressionado, e qualquer variação cambial ou aumento nos preços internacionais pode agravar ainda mais a situação, resultando em combustíveis ainda mais caros para os brasileiros.
O cenário coloca um desafio tanto para as importadoras quanto para a Petrobras, que precisa equilibrar o reajuste de preços em um momento de estabilidade cambial, mas com volatilidade no mercado externo.
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