Economia

Devido crise, Governo cria “bandeira de escassez hídrica” com aumento de 50%

O novo valor entrará em vigor a partir de 1º de setembro e vai até 30 de abril do ano que vem (2022).

Michael Schwarzenberger/Pixabay
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    Com a falta de chuva durante o mês de agosto aumentou a crise hídrica já anunciada no Brasil, sendo a geração de energia através das correntes das águas é a principal do país. Devido a essa crise, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta terça-feira (31/8) a criação da “bandeira de escassez hídrica”, com o objetivo estimular o racionamento de energia elétrica.

    O novo valor será de R$ 14,20/kWh e entrará em vigor a partir de 1º de setembro e vai até 30 de abril do ano que vem (2022). Atualmente, a tarifa paga pelos brasileiros é de R$ 9,49/kWh, estando em vigor desde junho. A nova mudança será de 6,78%.

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    “Quem paga essa bandeira são todos os consumidores do estado cativo de distribuidoras. Com exceção do estado de Roraima e dos consumidores inscritos nos programas sociais, que pagam tarifa social do governo”, explica o diretor-geral da Aneel, André Pepitone.

    Para os especialistas, com a crise enfrentada no país há possibilidade de um novo apagão. “Tá faltando água e todas as atividades que precisam de água para acontecer precisam estar com esse alerta ligado. Isso acaba comprometendo o abastecimento urbano de água, então em algum momento a gente pode ter cortes seletivos em algumas regiões. Tudo o que poderia estar sendo usado para gerar energia no Brasil, já está operando, e a gente ainda está em agosto e o período de seca vai até novembro. A gente ainda tem conseguido equilibrar a oferta com a demanda de energia, mas, até novembro, provavelmente a gente vai ter um cenário mais grave, que é o apagão, uma economia forçada”, disse Amanda Ohara, consultora do Instituto Clima e Sociedade, para o jornal O Dia.

    Durante uma transmissão ao vivo em suas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu para que as pessoas desligassem um ponto de luz da suas casas, classificando a crise hídrica como a maior da história e “problema sério”. Sem citar quais, Bolsonaro afirmou que existem hidrelétricas que podem parar o funcionamento caso a situação de agrave.

    “Em que pese estarmos vivendo a maior crise hidrológica da história, 91 anos que não tínhamos uma crise como essa… Vou até fazer um apelo a você que está em casa agora: tenho certeza que você pode apagar um ponto de luz na sua casa agora. Peço esse favor para você, apague um ponto de luz agora”, disse Bolsonaro durante sua live semanal.

    “Ajude-nos, assim você está ajudando a economizar energia e a economizar água das hidrelétricas. Em grande parte dessas represas já estamos na casa de 10%, 15% de armazenamento. Estamos no limite do limite, algumas [hidrelétricas] vão deixar de funcionar se essa crise hidrelétrica continuar existindo”, disse o chefe do Executivo federal.

    A fala se Bolsonaro provocou entidades do setor de turismo, alimentação e entretenimento a pedir volta do horário de verão — pedido já feito em junho. “A cada dia que a crise energética se amplia e as dificuldades do setor para colocar as contas em dia se alongam, mais sensato e oportuno fica o retorno do horário de verão”, afirmou o presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Paulo Solmucci, ao Poder360.

    O empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, que é aliado ao presidente, também pediu o retorno do horário, que foi criado para estimular os brasileiros a racionar a energia elétrica durante o verão.

    Durante sua campanha nas eleições de 2018, Bolsonaro prometeu a extinção do horário de verão que com base em estudos técnicos “que apontam para a eliminação dos benefícios por conta de fatores como iluminação mais eficiente, evolução das posses, aumento do consumo de energia e mudança de hábitos da população”.

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