O que se sabe sobre o ataque em escola de Heliópolis, na Bahia, que deixou 4 mortos

Quatro pessoas morreram em um ataque no Colégio Municipal Dom Pedro 1º, no povoado Serra dos Correias, na cidade de Heliópolis, na Bahia, na última sexta-feira (18/10). Um estudante de 14 anos atirou contra três adolescentes em uma sala de aula e depois cometeu suicídio.

A polícia está investigando o caso e apura o que levou o adolescente a executar um ataque na escola. As autoridades também querem saber como ele teve acesso a arma, um revólver calibre 38.

Como foi o ataque?

De acordo com as investigações da polícia, o estudante Samuel Santana Andrade, 14 anos, estava assistindo a aula de Artes junto com os colegas, quando por volta das 16h30 levantou da cadeia, atirou contra os colegas e tirou a própria vida na sequência.

“Estavam fazendo atividade e de repente ele sacou a arma da bolsa e começou a atirar para cima, aí começou todo o terror”, disse a diretora da escola, Jinelma Maria dos Santos.

Aparentemente, o adolescente não tinha um alvo preferencial. Os estudantes correram para tentar se salvar, mas três foram baleados e não resistiram.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado, mas nada foi feito pois os adolescentes já estavam mortos.

Qual foi o motivo do ataque?

A polícia informou que ainda está investigando as causas do ataque. “Ouvimos três testemunhas e trabalhamos, em parceria com o Departamento de Polícia Técnica (DPT), para esclarecer as circunstâncias do crime.

A diretora descreveu o aluno como sociável e participativo, sem nenhum registro disciplinar, além de bom desempenho acadêmico.

Já o professor José Magnoélio Silva, que ensina Matemática na escola, descreveu o atirador como “um cara fechado, que não conversava muito, era na dele. Só falava quando a gente perguntava. Não era muito de interagir”, disse.

Quem são as vítimas?

As três vitimas, de 15 anos, foram identificadas como:

• Adriele Vitória Silva Ferreira;
• Fernanda Sousa Gama;
• Jonathan Gama dos Santos.

Samuel, autor dos disparos, tirou a própria vida após os ataques.

Os corpos dos quatro adolescentes foram encaminhados ao DPT de Euclides da Cunha.

Familiares e amigos se reuniram na tarde deste sábado (19/10), para se despedir dos jovens. Os corpos foram velados nas casas das famílias, sob forte comoção.

O clima na cidade está péssimo, acrescenta José Magnoélio. “Todo mundo chocado. A gente nunca imagina que uma cidade com 12 mil habitantes vai acontecer uma tragédia dessa”, contou.

Como estão as investigações?

Após saber do ataque, o governador da Bahia determinou apuração imediata do caso e a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) acionou as Polícias Militar, Civil e Técnica.

A polícia investiga a origem da arma que foi usada no ataque. O revólver e as munições foram recolhidos pelo DPT e passará por perícia. A SSP informou que outros itens encontrados no local também foram recolhidos. O pai da vítima negou saber onde o filho conseguiu a arma.

“O depoimento do pai é muito sucinto e ele não traz nenhum detalhe específico sobre isso por enquanto. Ele disse não compreender como esse adolescente, filho dele, teve acesso a essa arma”. A arma tem numeração e a polícia está buscando identificar em nome de quem ela está registrada.

O Ministério da Justiça informou que o Ciberlab (Laboratório de Operações Cibernéticas) irá auxiliar na investigação.

O Ministério Público afirmou que “está empenhado na apuração rigorosa das circunstâncias”.

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